OPINIÃO

6 - Outubro - 2013

Alguns gestos de valor

A posição de Marina Silva, fazendo com o PSB uma coligação democrática e apoiando Eduardo Campos para presidente dá novas esperanças aqueles que lutam por uma política diferente no Brasil. Este é um dos gestos de valor que marcaram a história recente de nosso país.


Marina ajuda salvar a política

Marina Silva deu uma demonstração de como fazer política com ética. Poderia, como disse ter se refugiado na não candidatura e curtir sua “pureza”, ao mesmo tempo que deixava o Brasil se virar. Poderia ter entrado em um partido nanico, de aluguel, onde seria candidata a presidente. Não fez nada disso. Seguiu a ética e a política. Abdicando, pelo menos no imediato, de sua candidatura presidente, ingressou no PSB, em uma coligação democrática, onde apoia Eduardo Campos para presidente e continua a montar a REDE. Apoiou Eduardo por proximidade política, pela terceira via, já que PT e PSDB vivem menos de propostas que de rixas.
O presidente Fernando Henrique Cardoso caba de mostrar isso, ao escrever no Globo, de domingo 6 de outubro, criticando a decisão do STF de manter os embargos infringentes. Atitude mesquinha, que empalidece diante do grande voto do ministro Celso de Melo.


Celso de Melo ajuda salvar a justiça

Todos sabem que o ministro Celso de Melo foi um dos maiores críticos do chamado mensalão. Votou contra os principais acusados e defendeu medidas duras de punição. Mas foi seu voto decisivo que permitiu uma reavaliação do caso, que pode levar ao abrandamento de algumas penas.
Contradição? Não, de jeito nenhum. Celso de Melo quer condenar os réus e a penas duras. Mas esta condenação não pode ser feita às custas do direito geral das pessoas de se defenderem. Com isso, o ministro ficou com a justiça e não com a ocasião.
Eu tenho defendido que, embora haja crime evidente no caso do mensalão, que o STF fez bem, no geral, em punir quem praticou ilegalidades, o ex-ministro Dirceu é inocente. Não vi nenhuma prova contra ele. Pois bem, agora o grande advogado Ives Gandra Martins, a quem conheci nos anos 80, sempre militando em lado oposto ao meu, disse partilhar deste juízo.


Gandra contra condenação sem culpa formada

Em entrevista à Folha de São Paulo, no 22 de setembro, motivo de grande polêmica, o advogado disse que não havia provas contra Dirceu e que este foi condenado em nome de uma toeira do domínio do fato que não é aplicada nem na Alemanha, país do inventor da ideia.
Gandra voltou a se colocar firmemente a favor do direito de defesa dos réus.
O advogado não defendeu mesquinhamente uma tese qualquer contra alguém da esquerda, a quem ideologicamente se opõe. Colocou-se ao lado de seus velhos princípios jurídicos


Suzana Singer salva a Folha

No domingo 6 de outubro, a ombudsman da Folha, mostra que nem tudo está perdido. Critica duramente a cobertura do PNAD feita pelo jornal, ressaltando inclusive manchetes mais corretas de jornais concorrentes. A Folha concentrou-se no analfabetismo e esqueceu os pontos positivos da pesquisa.
Suzana faz também observações absolutamente pertinentes sobre os dados do PNAD, mostrando inclusive que a situação dos pobres melhorou muito. Vale a pena ler sua coluna, exemplo de bom jornalismo.


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