Morreu, em sua casa, Marcelo Alencar. Já enfermo, Marcelo mantinha a lucidez e o interesse pelos destinos políticos do país. E o carinho que sempre teve pelos amigos.
Marcelo foi um dos políticos mais destacados do MDB nos idos de 68. E a suplente de senador, da cadeira do velho Mário Martins. Os dois faziam oposição à ditadura. Marcelo, com mais tempo e mais presença na Guanabara, acompanhava de perto e apoiava o movimento estudantil. Estimulava a ação da juventude e defendia os manifestantes da violência policial.
Claro que sua linha não era exatamente aquela da direção do movimento. Mas isto nunca foi obstáculo para seu decidido apoio.
Marcelo tornou-se também advogado de diversos presos políticos, eu entre eles. Foi capaz e dedicado. Terminou assumindo riscos e foi preso prelos militares.
Com a democratização, Marcelo destacou-se como político, primeiramente no PDT de Brizola, chegando a ser prefeito do Rio e governador do Estado, aí já como membro do PSDB.
Nossa linhas políticas foram diversas e diversos nossos caminhos. Mas nunca deixamos de nos ver, de conversar sobre o Brasil e sobre o Rio.
Perdi um amigo.